Resumo e analise da obra "Ualalapi" de Ungulani Ba Ka Khosa
Ualalapi
é chefe de um grupo de soldados, e na volta de mais uma batalha todos carregados
de animal caçado e ansiosos para ver suas famílias, encontram uma serie de
actividades paranormais em sua aldeia, pessoas morrendo e formas estranhas.
Essas pessoas incluem o rei que o seu corpo já encontrava-se com os indivíduos
importantes do império, estes que devem acompanhar o seu apodrecimento. Dai dá-se
palavra ao filho do falecido rei e este diz que o pai teria deixado o trona
para ele, disse também que não baixaria a guarda prova disso é que a partir
daquele dia seu nome não era mais Mudungazi mas sim Ngungnhane e todos o
temeriam como as furnas onde introduzem os condenados e ninguém iria
aproveitar-se mais do reino como teria feito o seu tio Mawewe graças aa bondade
do seu pai Muzila.
XXX
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Bem
cedo, homem de nome Manhume e guerreiros do seu comando receberam ordens de ir
executar Mafemane, mas ao chegar em sua aldeia ele transmite uma serenidade e
pede para voltar para mata-lo mais tarde porque ainda queria despedir-se da
família, o soldados com medo voltam aa casa onde tenta expor a situação e
levaram alguns apedrejamentos verbais por parte da tia do rei, Damboia, esta
que depois sugere que vá Ualalapi, Maguiguane e Mputa e outras guerreiros para
trazerem o cadáver de Mafemani a todo preço. Contudo estes foram executar a
ordem mesmo com a dor no peito da esposa e filho de Ualalapi que depois
morreram de desgosto. Chegados lá armaram um plano, em que Mputa e Maguiguane avançavam
e Ualalapi ficava atras. Avançam e encontram Mafemane os esperando, dizendo
estar preparado para morrer e transmite-lhes uma serenidade e dai uma serie de
actividades paranormais acontece, dificultando que o matassem até que Ualalapi lança
a lança de longe que crava-se no peito dele e depois de um serie de eventos ele
morre deixando a família numa interminável tristeza.
A morte de Mputa
Em
uma manha, Domia sentiu umas dores mas não preocupou-se, pois, as dores vinha
sempre que pensava na vingança pela morte do seu pai, Mputa, qua fora condenado
aa morte graças as calúnia da inkonsikazi do rei Ngungunhane dizendo ter a
cortejada, sendo que testemunhos como Molungo tio de Ngungunhane afirmam que a
inkonsikasi é que o perseguia como um animal no cio. Mesmo assim o rei
sentenciou-o a morte, pena digna para uma aquele que ousa cobiçar a inkonsikazi
do rei, Molungo pede para reduzir a pena para talvez cega-lo, dai o rei reúne
todo o império e declara ele culpado independentemente da situação pois ele era
um cão. Dai o condenado toma a palavra e diz nunca ter envolvido se com a
rainha e que tudo era uma calunia mas que como a palavra da rainha era sagrada
nunca o compreenderiam e pediu ser envenenado, falou com tanta serenidade que
intimidou ate o rei que depois aceitou o pedido dele, fazendo ele tomar o “mondzo”, só que o veneno demorou dar
efeito e o rei achou que ele fosse feiticeiro e mando que o espancassem até a
morte.
Então
Dumia sentindo-se preparada para a vingança foi ao aposentos do rei com uma
faca, usou os seus atributos de Mulher para intimida-lo, foi descoberta,
esfaqueou-o a perna e a estupram, depois ela chamou-o de cão, o rei sentiu-se
ofendido e mandou mata-la.
Damboia
era tia de Ngungunhani que morreu de algum tipo de hemorragia vaginal, o que
impediu a realização de um ritual sagrado, “Nkaia” que só não ocorre quando o
rei morre, este não ocorreu mesmo estando em momento de desespero. Ngungunhani
disse que a saúde da tia era mais importante que o desespero do reino. E
ordenou para que intercedessem pela saúde da Damboia, como já teria feito para
outras pessoas do reino e mandou Maguiguane para a terra dos Machopes realizar
uma matança para que não risse da sua desgraça. Dias depois acontece uma
actividade paranormal, começa a cair uma chuva amarela como se fosse ranho, que
não só fez mortos mas também desalojados. No último sábado de Março morre
Damboia de dor e com ela a potência sexual de 5 homens da aldeia, muita gente
da aldeia julgou-a por envolver-se com vários homens mas seu sobrinho a
defendeu. Ciliane, serva de Damboia, conta que a morte, poderia ser pela da
maldição de homens que ela teria matado por negarem envolver-se com ela. leia mais sobre Damboia aqui
O cerco ou fragmentos do cerco
Para
saber quantos soldados restavam ou quantos homens ainda estavam vivos,
Maguiguane andava de acampamento em acampamento conversava com os homens e no
final do dia dirigia-se a sua cubata, para descansar, certo dia, pensou no rei
e em simultâneo o rei pensa na Vuazi, sua mulher que o abandonara e Vuazi pensa
no Karnal Samadi, seu amante. Tempo depois Maguiguana adormece e sonha com serpentes
a devorarem-no a si e a sua equipe, mulheres perdendo-se, hienas famintas
aproximando-se. De manha ele procura Mabiau seu conselheiro dizer – lhe o
significado do sonho, o sonho significava que sofreriam um ataque dos Machope.
E assim foi, vencidos os Machopes, Xipenanyane e Maparato mataram Bingane, e
outros companheiros de Maguiguane, este que somente ele só sentia-se vitorioso.
Diário de Manua
Um
dos filhos de Ngungunahane respondia pelo nome de Manua, em Julho de 1892, ele,
embarcou no paquete Pungue aa
Lourenço Marques era um dia nublado, e chovia fracamente enquanto o barco
flutuava, Manua conviveu com os portugueses, comeu peixe, e bebeu vinho, ao
dormir sonhou com em casa e com o corpo do seu pai coberto de cobras acordou
sentiu-se mal e vomitou sujando o navio mas não penalizaram por se tratar do
filho do rei. Manua tinha estudado e vestia se como branco, assim logo que
parou de vomitar, pegou num papel caneta e tinta e escreveu o que tinha
acontecido, tiveram que colocar guardas na porta de Manua para que alguns portugueses
não fizessem mal. Chegado a Lourenço Marques, Manua ouviu falar mal dele. Ele
tornou-se um alcoólatra e viciado em Cannabis que morreu e a sua roupa comida
por ratos.
O último discurso de Ngungunhane
Antes
da sua partida Ngungunhane de o seu discurso e disse ao seu povo que os homens
de cabrito aplaudiam um dia mostraria o seu lado negativo, corromperia todos o
seu, registariam pessoa por pessoa registariam em papeis que enlouqueceram
Manua, dariam nomes que bem lhes aprouver, esquecerão os nomes dos teus
antepassados e o papel rabiscado norteará a vossa vida e a vossa morte. Depois
disso Ngungunhane virou-se entrou no navio que levou um tempo para arrancar e
desapareceu.
Análise da obra
A
obra “Ualalapi”, do escritor moçambicano Ungulani Ba Ka Kosa, foi publicada em
1987 e em 1990, ganhou o prémio de melhor ficção moçambicana.
Em
uma primeira impressão, o livro apresenta uma boa impressão, que invoca a
leitura, sobretudo no tamanho pois é um livro que contém poucas páginas.
O
que foi inevitável notar na tiragem usada para a elaboração deste trabalho, foi
a presença de vários erros ortográficos sobretudo no primeiro “episódio”
nomeadamente “Ualalapi”.
A
obra contém seis episódios nomeadamente Ualalapi, A morte de Mputa, Damboia, O
cerco ou fragmentos de um cerco, O diário de Manua e O ultimo discurso do
Ngungunhane. Estes episódios encontram-se separados por líricas em forma de
prosa chamados de Fragmentos do fim.
Os
episódios deste livro narram acerca dos conterrâneo e contemporâneo de
Ngungunhane, pelo que na maioria das vezes parte da sua família, exceptuando o
ultimo que tenta trazer aquilo que foi a seu discurso antes de deportado para a
ilha de Açores.
Ungulani, como sempre, “estupra” a palavra,
colocando expressões de citchangana em seus textos, falando práticas da cultura
o mesmo nome e na minha óptica, pintando um imagem negativa sobre Ngungunhane,
na verdade se isto for olhado de forma negativa pode suscitar e fortalecer o
tribalismo que até hoje reside nas nossas personalidades.
Por Benozório Martins Sambo
Por Benozório Martins Sambo
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