Nas ruas da vida- Capitulo III

Sofrimento


Tomás, vendo uma pistola ficou com tanto medo, que saiu da casa correndo, deixando-me na casa com aquele sujeito tomado por “mbangui”, o homem parecia mais forte que noutros dias, aproximou-se de mim com um olhar maligno, dizia que assim que minha mãe tinha morrido eu era a mulher dele e que eu pertencia-o e por isso ia tomar-me naquela mesma noite.
Presenciando essa cena, comecei a chorar, tentei ir até a porta mas ele pegou-me, gritei até não ter mais forças, mas parecia muda pois os vizinhos no me ouviam. Sem forças e contra minha vontade, ele tomou me como mulher, saciando sua fome masculina e deixando me vazia e cheia de ira por dentro. Minutos depois de desmaiada, acordo e vejo meu bonito vestido de rendas rasgado como se tivesse sido atacada por um leão, dai dou-me conta do que teria acontecido ali, um homem rude e nojento, teria roubado minha inocência tendo apenas 16 anos!
Acordei e chorando fui me lavar, sentia me tão suja, sai do banho, foi quando dei-me conta de que se aquele homem voltasse, as coisas podiam complicar-se mais. Corri fui ao meu quarto levei algumas roupas e sai sem nenhum destino, passei a noite debaixo de uma arvore, passei muitos dias na rua passando fome, frio, molhada pela chuva, o que me preocupava mais era não saber mais do paradeiro do meu irmão, tentei procura-lo, mas ninguém teria visto ele!
Vinte e quatro luas passaram, eu nessa situação triste, a fome teria me incentivada a vender meu corpo, mas em milhares de vezes lembrei do meu pai dizendo “filha, o teu corpo é sagrado deve preserva-lo como se fosse uma joia preciosa”, isso me fez hesitar varias vezes, mas chegou uma dada altura em que eu não aguentava mais aquela situação, tive que o vender, só que  para o meu azar, eu não conseguia clientes, a minha cara de criança sofrida e suja, não atraia ninguém, foi ai que decide procurar uma casa noturna, onde eu poderia prestar os serviços.
Eu tinha perdido tudo, excepto a minha vida, que passara de humilde para miserável, mesmo assim, eu continuava orgulhosa, eu não queria trabalhar em um prostíbulo qualquer, procurei o mais chique da cidade, só que para minha surpresa despejaram-me dizendo que eu era suja, fui à outros mas a resposta foi quase a mesma. Fiquei sem esperança, será que nem mesmo para ser “garota de programa” eu servia?
A resposta não demorou, pois quando despejaram-me, de longe tinha uma moça que já era “veterana” no serviço em que eu queria ingressar, aproximou-se de mim e sem querer saber muito, levou me para casa dela, lavou-me, deu me comida e perguntou-me o porquê de eu quer virar garota de programa, eu por gratidão e por sentir o aconchego, contei tudo o que teria acontecido. Disse para me sentir a vontade, seu nome era Caridade, e trabalhava em uma casa noturna perto, disse também que se eu quisesse fazer aquilo ela poderia ajudar-me, e não recusei pois eu precisava de dinheiro, quanto a minha dignidade, aquele homem já tinha acabado com ela.
Dia seguinte a Caridade levou me para o seu locar de trabalho chamava-se “Cúpula do prazer”, era um clube de luxo, cheio de fumo, som alto, nudez, pessoas de poder, stripers, bom para quem conhece as baladas dos filmes da Hollywood não falarei muito. Entramos e Caridade conduziu-me até a secretaria do lugar, onde registava-se as pessoas que trabalhavam no local. A moça que registava, falou que só tinha vagas para garota de programa, e mesmo assim Caridade insistia para que ela registasse-me para ser garçonete.
Era evidente a existência de camaras na sala, e não demorou muito até que aparecesse uma garçonete dizendo que o Cafetão (dono no local), queria que a Caridade levasse me até ele.

Para quê o Cafetão quer ver a Shany?
Será o cafetão o homem que arruinou a vida da Shany?
Não perca o próximo capitulo pois será ainda mais emocionante.
Visite lareiradoben.blogspot.com para ler mais!
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Por Benozório Martins.


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