[Leitura] Um Natal Sangrento

Um Natal Sangrento

Um Natal Sangrento

France chega a casa empurrando o portão num gesto de quem está ansioso para ver os seus filhos, era tarde de Dezembro, vésperas do natal, nas duas mãos emendava dois mabokissos munidos da ausência de presença de roupas, presentes para os seus miúdos e comida que garantia falta de reclamações durante as festas natalícias.

Vê então sua linda esposa a Virgínia, correndo, abraçando-o e beijando como quem usufrui da chuva depois de uma eternidade de seca, esta leva as malas para dentro, a casa estava vazia o que facilitou com que tirassem saudades de todas formas possíveis.

Natal é festa, é fraternidade, isto não foi diferente para a família do France, aquele era o único momento do ano em que podia desviar sua atenção das minas e dar para a sua família, principalmente seus filhos que padeciam da falta de orientação paterna, este clima só foi deturpado por um telefonema misterioso, que posteriormente tirou o sono da esposa até que se pronunciou:

-France quem era no telefone quando estávamos a comer?

-yhhaaa, “and” já ia falar desse assunto. “Is becouse the” brancos me precisam “and” preciso ir amanhã meu amor. _ Respondeu France como um ar de quem estava informando.

O trabalho na terra do rand era a única fonte de rendimento familiar que garantia o luxo de vida que Virgínia e seus filhos levavam, isto deu para ela a pista final de que o marido tinha outra família mas não reclamou, apenas preparou a viagem do marido.

-Está bem papá, só te desejo uma boa viajem_ respondeu arrumando as coisas. Virgínia tinha sido educada a aceitar todos os abusos do marido.

Dia seguinte France acordou, pegou nas suas coisas e pôs-se no caminho de volta à terra do rand, antes que ele passasse dois quarteirões dá-se conta que esqueceu-se dos seus documentos, pôs-se a voltar sentiu o cenário de dias atrás se repetir só que dessa vez encontrou o portão aberto, numa madrugada em que ele se lembrava de ter fechado ao sair, pensando que de invasão domiciliar se tratasse apressou-se e ao entrar em seu quarto encontrou uma cena deixou-o boquiaberto. Virgínia estava com outro homem em sua própria cama, a mesma onde os seus filhos teriam sido projectado e feitos, a mesma cama de onde ele havia se descolado duas horas atrás.

France não aguentou ver aquela cena, para ele o homem é que podia ter duas mulher, mas mulher nunca ter dois homens, tinha tentado enganar a esposa afinal a esposa já vinha o enganando faz tempo. Não pensou duas vezes, tirou sua pistola e atirou em todo mundo, primeiro no amante, depois na esposa e no final em si mesmo, sujando seu lar de sangue e deixando não só seus filhos na desgraça mas a outra família também!  

Arranjado para avaliacao por Dr. Isaias Mate 
   

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Autor: Benozório Martins

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