É o Dzanwanwa (Alusivo ao dia do Professor)
É o Dzanwanwa
Vocês conhecem o Dzanwanwas? Creio que não! Talvez alguns conheçam mas a
maioria com certeza não. Ele anda vagando na escuridão da ignorância, com uma
tocha de sabedoria incendiando os neurónios mais inactivos dos seus discípulos,
os futuros dzanwanwas, porém não é só na escuridão da ignorância que ele
caminha, mas também, milhares de quilómetros em busca de mais escuridão para
iluminar numa tentativa também de poder receber algumas migalhas de pão para
iluminar o seu estômago. Mas porquê dzanwanwa? Muitos se perguntam e por conta
disso decidimos ir pergunta-lo pessoalmente para evitar os “ouví dizer”.
Andamos por milhares de quilómetros em sua busca, o que suscitou a
curiosidade de querer saber como ele conseguia percorrer tal distancia todos
dias. Finalmente começamos a ver uma árvore lá no fundo, no horizonte, era
frondosa de boa sombra e refrescante, talvez tivesse uma mamba nela ou talvez não. Dava para ver ainda de longe que era
frutífera, talvez bananeira mas não era muito grande para tal, talvez mafureira pois de longe via-se o efeito
sonolento dos seus frutos naqueles que desfrutavam da sua sombra enquanto
escutavam a voz de dzanwanwa como se de rádio se tratasse.
Quanto mais nos aproximávamos mais a imagem magra e cansada de Dzanwanwa
ficava grande, era tão magro, tão magro que a sua bata branca parecia estar pendurada
em um cabide, mas não era cabide mas sim seu corpo, devia estar a três meses sem
receber a sua recompensa por iluminar a ignorância, por lutar contra o sono
causado pelas mafuras caídas da árvore
onde ele iluminava a ignorância, ou talvez não o tivessem dado horas extras
pelas distracções causadas pelo relento em que ele andava com a sua tocha da
sabedoria.
Nos aproximamos mais e era ele, o Dzanwanwa, de cabeça grande, com certeza
tinha muito conhecimento ali dentro, embora ele estivesse tão magro a cabeça
não tinha perdido nenhum centímetro cúbico de volume.
Chegamos a ele e perguntamos sobre o nome “Dzanwanwa” e foi quando ouvimos
a voz sofrida dele, parecia voz de um indivíduo embriagado pelos xinderes da vida:
-Sim é eu o Dzanwanwa, e não me importo por me chamarem assim pois lá no
fundo, eu sei quem eu sou, e isso nunca vai mudar, porque eu era o que eu sou,
antes que eu fosse aquilo que vocês querem que eu seja. E se ser Dzanwanwa
significa trabalhar em prol do desenvolvimento humano acima do desenvolvimento
económico eu aceito o nome, pois orgulho me de ser o único que ainda exerce o
seu dever por amor e não motivado por valores monetários.
Dzanwanwa ficou meio nervoso, estava trémulo, não teríamos sido os
primeiros a falar sobre esse assunto naqueles dias, foi atrás da mafureira e pegou uma numa garrafinha
que continha um líquido transparente, pensamos em água, mas não era o seu
favorito “xindere xa masala”, deu
duas cornetas e voltou a nossa frente limpou os lábios com a parte traseira mão
e tornou a dizer:
-Sim sou eu Dzanwanwa, o único que não se importa de trabalhar mais de oito
horas por dia, pois, a minha missão é eliminar a ignorância no mundo e injectar
a sabedoria, e, graças a isso me considero o profissional dos profissionais
pois sou o único profissional capacitado para formar outros profissionais. A
anos atrás, talvez 2014, talvez 2013, passei fome, quando o meu patrão decidiu
ficar meses sem me dar o pão e por conta disso o médico, um outro dzanwanwa,
veio zombar de mim eu só olhei para ele e continuei a iluminar a ignorância,
enquanto ele eliminava seres humanos com a sua rebeldia.
Dzanwanwa estava mal, sentou no chão e começou a lacrimejar, e foi ai que
percebemos o porque de o chamarem de Dzanwanwa, o homem era fraco para se
rebelar, homem de verdade não chora, muito menos senta no chão. Depois de
minutos no chão levantou-se e com os olhos cheios de lágrimas disse olhando
para os nossos olhos:
-Podem me chamar de Dzanwanwa, mas eu sou quem eu sou, eu simbolizo a
sabedoria no mundo, eu sou o conhecimento e o raciocínio, um cérebro cheio. E
se calo é porque é preciso muita sabedoria para saber que as maiores batalhas
na vida são travadas em silêncio, se não acredita pergunta ao seu filho que
está na décima classe se sabe ler e escrever. E pode me chamar de Dzanwanwa mas
eu sei quem eu sou, eu sou o conhecimento, a inteligência, eu sou o PROFESSOR!
Todo professor que sente orgulho da sua profissão comenta aqui em baixo: “
Eu sou o Dzanwanwa”.
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Feliz dia do Professor
Por Benozório Martins
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