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[Leitura] Um Natal Sangrento

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Um Natal Sangrento Um Natal Sangrento France chega a casa empurrando o portão num gesto de quem está ansioso para ver os seus filhos, era tarde de Dezembro, vésperas do natal, nas duas mãos emendava dois mabokissos munidos da ausência de presença de roupas, presentes para os seus miúdos e comida que garantia falta de reclamações durante as festas natalícias. Vê então sua linda esposa a Virgínia, correndo, abraçando-o e beijando como quem usufrui da chuva depois de uma eternidade de seca, esta leva as malas para dentro, a casa estava vazia o que facilitou com que tirassem saudades de todas formas possíveis. Natal é festa, é fraternidade, isto não foi diferente para a família do France, aquele era o único momento do ano em que podia desviar sua atenção das minas e dar para a sua família, principalmente seus filhos que padeciam da falta de orientação paterna, este clima só foi deturpado por um telefonema misterioso, que posteriormente tirou o sono da esposa até que s...

Uma Carta ao King Bow

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Sobre o novo carro do King Bow “Como se fosse uma carta aberta” Novo carro de Mr. Bow Mr Bow, dirijo-me hoje à ti por esta via não como um fã mas sim como um irmão. Recentemente tenho visto um fenómeno por si causado nas redes sociais, carros novos e caros, de uma certa forma isso é positivo e representa progresso, não só para ti mas também para nós como teus fãs, pois se estas compras te fazem feliz, o deixarão mais disposto a criar novos hits para nós, o que é ainda mais positivo. Muita gente vai confundir esta publicação com discurso de um hatter , o que não é a verdade pois eu sou fã não só da sua música, mas também da sua carreira como empresário, mesmo de longe dá para ver que o mano é alguém que trabalha duro para ter o que tem, um exemplo disso é que não despacha os hits para ter um novo lançamento a cada semana, mas quando lança musica, logo viraliza . O mano é alguém que canta coisas que nos lembram nossas raízes, a nossa integridade e identidade como moçamb...

É o Dzanwanwa (Alusivo ao dia do Professor)

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É o Dzanwanwa Vocês conhecem o Dzanwanwas? Creio que não! Talvez alguns conheçam mas a maioria com certeza não. Ele anda vagando na escuridão da ignorância, com uma tocha de sabedoria incendiando os neurónios mais inactivos dos seus discípulos, os futuros dzanwanwas, porém não é só na escuridão da ignorância que ele caminha, mas também, milhares de quilómetros em busca de mais escuridão para iluminar numa tentativa também de poder receber algumas migalhas de pão para iluminar o seu estômago. Mas porquê dzanwanwa? Muitos se perguntam e por conta disso decidimos ir pergunta-lo pessoalmente para evitar os “ouví dizer”. Andamos por milhares de quilómetros em sua busca, o que suscitou a curiosidade de querer saber como ele conseguia percorrer tal distancia todos dias. Finalmente começamos a ver uma árvore lá no fundo, no horizonte, era frondosa de boa sombra e refrescante, talvez tivesse uma mamba nela ou talvez não. Dava para ver ainda de longe que era frutífera, talvez ba...

O que Valter Artistico quer dizer com Marhandza[letra e análise]

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[letra e análise] Valter Artístico: MARANDZA A música no estilo Kizomba meio misturado com Zouk tem como titulo Marandza, um termo muito debatido nos dias de hoje em Moçambique, este que provém do verbo em Citshangane “ ku rhandza” que significa “gostar” em Português mas que nos dias de hoje sofreu extensão semântica até significar Mulher interesseira e é este o ponto focal da música. O cantor fala das atitudes de uma mulher interesseira Marhandza , tomando a voz de quem tomou a sofreu nas mãos de uma delas. Fala ele de como uma mulher Marandza se comporta em uma forma de conselho aos homens, fala ele que uma mulher Marhandza gosta de coisas de graça e qualquer homem ela caça, ela sempre te dá argumentos para te convencer de que ela é a mulher ideal para si sendo que na verdade ela só quer tudo aquilo que você tem pois se fores a ver quando precisas dela (quando estás doente ela não vem), mas todos dias cedo ela quer saldo (moças normais preferem um simples “Bom Dia”),...

Operação saia da casa da velha Vs Operação saia do carro exporte

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Operação saia da casa da velha Vs Operação saia do carro exporte Dona Graça viu Simões rasteirado pelas impalas presas nas garrafas castanhas. Era madrugada ainda e ela olhava pela janela do seu quarto escuro preenchido pela ausência do marido que estaria trabalhando na África do Sul. “Qwatkla… Quatkkla” ouviu ela, era a Anchura tentando abrir a porta do lado de dentro da casa para que Simões pudesse entrar. Abrir a porta não era apenas um favor para Simões por parte da Anchura, era também uma troca de favores pois outro dia seria ela que estaria do lado de fora: - Massopeni ku bile Debecape?? Perguntou Anchura ao irmão embriagado atravessando a porta. - A ku talile stereke! Respondeu ele numa voz de quem precisava dormir. Nadaram eles no escuro da sala em silencio para que a mãe não percebesse o que estava acontecendo, o que não sabiam é que ela estava acompanhando tudo, com lágrimas no rosto, e perguntando-se: “onde foi que eu falhei!” O sol nasceu e don...

A Maldição do Motel Palmar

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Prólogo: Continuação Leia aqui a primeira e a segunda parte do prólogo Carregado de madeira do nosso Gorrongosa à caminho da Europa, Asia e outras partes do mundo a máquina rugia em direcção à sul de Moçambique, e Mila sentada no banco ao lado do motorista desfrutava do Jazz cuspido pelos altifalantes do veículo. Jazz, outro aspecto africano que foi Americanizado e Europeizado como a nossa madeira vem sendo feita, um género musical único, nascido nas recriações entre chicotes e que até hoje vem ainda chicoteando indivíduos amantes do mesmo com preços astronómicos de ingressos para espectáculos. Mila sente-se remando numa canoa no alto mar olha para os lados, primeiro para a esquerda depois para a direita, apenas vê as ondas vagando como um tapete sendo sacudido, vira-se então para trás onde sente a presença da terra firme à uns trezentos metros da sua canoa, ficou a observar por uns três minutos, subitamente sente-se sentada remando novamente mas desta vez ela conseguia ver o...

Análise do texto “Negra” de Noémia de Sousa

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Análise do texto “Negra” de Noémia de Sousa O titulo já sugere o objecto de que se fala no poema, que é uma mulher de raça negra e de origem Africana. O poema foi escrito no período em que vigorava o renascimento Africano, e Noemia de Sousa (Vera Micaia), conhecia muito sobre este assunto, sobretudo da Negritude, isto devia-se ao facto dela ter tido a oportunidade de ler artigos e revistas francesas que traziam os ideias da Negritude, artigos que tinham como um dos autores Aimé Cesaire, conhecido como o pai da negritude. É com base nos ideais da negritude que Vera Micaia escreve este poema, o poema gira em torno da supremacia e “bem falares” acerca da mulher negra sendo que um do principais ideias da negritude e a valorização do homem negro. No primeiro verso da primeira estrofe, o sujeito poético faz alusão aos negros numa perspectiva europeia (na época colonial): “Gentes estranhas com seus olhos cheios doutros mundos”, na época colonial os negros eram vistos como ge...